O sol se põe para o Império Méssio. O horizonte, um destino que deveria brilhar dourado, sangra. O trono, que um dia se fez colosso sobre terras distantes, hoje se parte. E seus pedaços caem, como lágrimas de pedra sobre as glórias que ele mesmo ergueu.
A lenda do Imperador Magno Bravo, herdeiro de um sangue ancestral, prometia-lhe um fim heroico em um campo de batalha; contudo, sangra lentamente, mutilado por inimigos invisíveis que sussurram veneno e escrevem maldições.
Distante do coração do império, Sally, uma aprendiz espiã marcada por um passado cruel, atravessa terras devastadas rumo a Sangueforte. Sua missão: entregar segredos capazes de virar a guerra ou sepultar de uma vez o império. Em uma jornada que revira as sombras do passado, se vê diante da crua realidade da guerra, onde a maldade humana vem à tona.
É o eterno jogo dos poderosos: a ambição de poucos, paga com o sangue de muitos. Reis e nobres movem suas peças no tabuleiro, sacrificando peões sem rosto em nome da honra e do legado. O que eles não percebem, em sua arrogância, é que a guerra deixou de ser o jogo. Agora, ela se move sozinha.
E a guerra é um titã cego. Seus pés não distinguem o lorde do servo, apenas nivelam o chão onde pisam. Bardos cantam sobre heróis, mas os campos estão cheios de garotos estripados, nobres e plebeus apodrecendo juntos na mesma lama, enquanto os corvos grasnam, agradecendo a fartura maldita.
E enquanto a terra dos homens se encharca de sangue, o medo, o desespero, a dor e a injustiça preparam um banquete sombrio… e nas sombras onde ninguém vê, uma fome antiga desperta para a ceia.